quarta-feira, 8 de agosto de 2007

assim

Estou protegida por uma branca couraça,
esperando a bala aravessar o meu peito.
Minhas mãos protegem os meus ouvidos,
não quero ouvir o estardalhaço
pré-anunciando o meu fim

(me causaria ânsia)

Meus olhos estão fechados
esperando...
tento mentalizar um lugar calmo
repito em voz baixa 'insensatez".

Meu anestésico é uma loucura forjada
não conte a ninguém,
mas sou medíocre, mediana,
de desempenho tão sofrível quanto qualquer um a quem se ignore a presença.

Mereço a bala que a mim foi endereçada.
Mereço aprender pela dor.
Isso não é auto-piedade,
nem auto-entrega,
nem auto-crítica,
é ausência de "auto",
por auto-escolha.




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